12 de setembro de 2013

Psicologia e Pipoca - Sua quinta-feira com filmes!

K-PAX

Voltamos com mais uma ótima dica de filme para alegrar a sua quinta-feira. O filme de hoje traz Kevin Spacey no papel principal. Esse já é figura conhecida em filmes com bom teor psicológico, só para lembrar alguns: A Vida de David Gale (massa!), Beleza americana (Oscar de Melhor Ator) e Seven (um dos meus filmes preferidos sobre serial killer, sem falar que tem o Morgan Freeman no elenco).


Sinopse

Filme de 2001, que traz a história de prot (isso mesmo, o nome do personagem é escrito em letra minúscula, talvez no filme legendado isso possa não aparecer, mas segundo o livro homônimo de Gene Brewer é sempre assim que o nome do protagonista aparece). O protagonista do filme é um homem misterioso que aparece "do nada" e diz que veio de um planeta chamado K-PAX, distante 1000 anos-luz da Terra. Ele acaba sendo internado em um hospício e começa a fazer tratamento com o Dr. Mark Powell (Jeff Bridges - Oscar de melhor atoe por Crazy Hearts).


O filme é conduzido de forma tão cativante, que o espectador é lançado aos mesmos questionamentos vividos pelos próprios personagens do filme: Será que K-PAX, realmente, existe ? prot irá voltar para K-PAX?

Assistir K-PAX me traz uma discussão parecida com a película " O Segredo de Neverwas" de Joshua Michael Stern (2005): Será que o melhor para pacientes em tratamento psicológico é ser "trazido" para o mundo que nós, a desesperada maioria, consideramos normal? Será que temos o direito de tirar alguém de uma fantasia que lhe parece ser benéfica? Será que estamos abertos para uma possível situação dessas? Quais são os limites da suposta "cura" em um tratamento psíquico?

 Bem... vejam o filme e alarguem essa discussão.


PS: prestem bastante atenção nas feições de prot em sua última cena no filme.

PS2: lembrei de uma passagem de um bom livro que li, de um dos discípulos do criador do psicodrama J.L. Moreno, que diz assim:

"J.L. Moreno recriou seu nascimento, contando que nasceu em um barco que navegava pelo rio Bósforo, a caminho do porto romeno de Constança. A versão oficial de seu nascimento o situa em Bucareste, Romênia, em 20 de maio de 1892, filho de Moreno Nissim e Paulina Wolf. A família emigrou para Viena quando Moreno tinha quatro anos.

Em uma oportunidade, conversando com ele, depois de terminada a tarefa do dia, durante meu treinamento em Beacon, perguntei-lhe por que mudava a "realidade". Moreno não era de fugir a respostas, mas indagou-me se eu entendia ser meu direito afirmar qual das duas "realidades" era a verdadeira. Só muito tempo depois entendi o que ele queria me dizer.
[...]
Se não compreender que estas referências de Moreno são metáforas, incorrer-se-á em graves erros de interpretação na leitura de sua obra. O jogo de Deus, ou os contos que narrava aos meninos nos bosques de Viena, assim como o famoso sindicato de prostitutas, não são de maneira alguma o nascimento do psicodrama. Têm entre si a mesma relação que teria o primeiro encontro dos pais, com o nascimento do filho. Não podemos dizer que o menino nasceu quando se conheceram, mas que esse encontro foi seu antecedente histórico, sem o qual o nascimento não teria ocorrido.
[...]
O início de suas publicações documentadas deu-se após formar-se médico, em 1917. Fundou uma publicação literária e filosófica, em que colaborou Martin Buber, chamada Daimon. Esta época corresponde à etapa teológica e a ela pertence o seu primeiro livro: As palavras do Pai. O livro se apresenta como prólogo de Moreno, sem colocá-lo como próprio autor, levando-nos a lê-lo como se fosse de autoria do próprio Deus. Essa circunstância foi interpretada incorretamente como parte de um delírio de grandeza, quando na realidade Moreno pretende que sejamos Deus no ato da leitura, da mesma forma que também ele foi ao escrevê-lo. Aparece aqui pela primeira vez o Eu-Deus, em primeira pessoa, marca inicial não apenas de sua visão teológica, mas também de seu postulado básico sobre o Encontro e de seu conceito de espontaneidade-criatividade. (trecho extraído do Livro "Novos Rumos em Psicodrama" de Dalmiro Bustos, editora Ática, 1992).

PS 3: Também lembrei de uma frase de C.G. Jung que diz assim:

"Só aquilo que somos tem realmente o poder de curar-nos." (O Eu e o inconsciente, editora Vozes)

Trailer :
https://www.youtube.com/watch?v=ryBxYXeu55k
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