3 de setembro de 2015

FILME: TEMPLE GRANDIN: Uma analogia ao processo de inclusão acadêmico e familiar do autista favorável ao seu desenvolvimento


No filme Temple Grandin a protagonista vive um dilema de conquistas e de desenvolvimento pessoal e profissional. A protagonista, portadora de Transtorno do Espectro Autista com características funcionais, Temple encontra apoio em sua mãe e no professor da faculdade, devido a esperança e a sensibilidade que estes dois personagem  dedicam as possíveis potencialidades a serem desenvolvidas na protagonista.
No filme demonstra a falta de entendimento sobre a síndrome da protagonista por todos aqueles que a rodeiam. E assim segue uma história de uma portadora de necessidades especiais que vence barreiras do preconceito da normatização e que vivencia as ações positivas e negativas da romantização da deficiência.
Mas o que é romantização das deficiências? Este termo refere-se a dar possibilidades a uma pessoa deficiente exercer atividades e usufruir o mesmo espaço que  uma pessoa dita normal. Porém, deve ser reconhecido o limite do portador da deficiência para que seja reconhecida as possíveis potencialidades a serem exploradas.
É preciso que o indivíduo com necessidades especiais tenha consciência de suas limitações, e com isso, possa se conhecer melhor. Faz-se uma crítica em relação à romantização das deficiências, no sentido que muitas vezes se quer que o deficiente execute atividades que pessoas sem deficiências realizam: isso remete a uma ideia de normalização, no sentido de que o deficiente deve parecer o mais “normal” possível, o que implica de certa forma uma negação das deficiências. Colocar um individuo numa posição para se parecer com os demais, desconsiderando as suas limitações, não é a melhor forma de incluí-lo, e não é com esse tipo de atitudes que as representações sociais irão mudar.
E assim foi essencial para Temple, pois todos reconheciam a sua diferencia, porém os que exerceram a sensibilidade deram espaço para Temple Grandin a se profissionalizar e a se impor mediante aos preconceitos que muito exercia sob ela.
O professor que se sensibilizou com as potencialidades de Temple transcendeu aos modelos tradicionais de ensino, bastante praticado por seus colegas, também docentes de Temple Grandin. Nisso deu possibilidades de Temple se socializar com outros, também ditos diferentes e com outros alunos ditos normais.
Um ensino de qualidade e humanitário se dá sobe uma condução político-pedagógica que tem por objetivo uma comunicação entre saberes diferentes e o favorecimento a abertura de relações. A qualidade de ensino está pautadas em ações de “solidariedade, colaboração, compartilhamento do processo educativo”.
Portanto, para ser resguardado a qualidade de ensino, as práticas e técnicas pedagógicas são respautada na experimentação, na descoberta, na co-autoria do conhecimento.
No processo de desenvolvimento de Temple houve inclusão, pois além de haver superação também lhe foi proporcionado relação com o diferente. Tanto no trabalho, no ambiente do lar e escolar Temple e os que lhe rodeavam tiveram experiência de descobertas com o diferente e com o outro que lhe causa o estranhamento, provocando neste relação um movimento de aproximação e afastamento.
Mediante a este movimento, ações políticas-pedagógicas ocorrem em pró a inclusão da diferença, criando espaços e exercendo metodologias que atendam as necessidades dos alunos. Ou seja, aqui existe uma correlação entre instituição-professor-aluno.
A instituição deve garantir educação a todos sem discriminação de qualquer gênero, tipo de preconceito ou portabilidade de deficiência. Contribuindo a missão implicada a instituição educacional, professor facilita diretamente ao público alvo desta mesma instituição exercendo a função de acompanhar o processo de desenvolvimento dos alunos presentes em sua turma.
Também o mesmo profissional citado é convidado a superar a sua formação criando em si o exercício da sensibilidade exercendo assim papeis de mediador e criador desta relação de inclusão e ressignificação desta educação inovadora. Já o aluno corresponde aos espaços a ele concedido de tornar-se cidadão em comum aos outros.
 Sendo assim, a instituição é convocada a adaptar-se as necessidades comuns estruturais e curriculares oferecendo suporte aos seus discentes à aquilo que torna-se notório às suas diferenças. Estas ações políticas-pedagógicas levam em questão ao projeto pedagógico da escola que deve ser centrada no aluno e bem assistida pelos membros familiares.
Toda escola é inclusiva porque os alunos são diferentes entre eles e, portanto, é preciso que existam eixos norteadores para que as escolas possam se estruturar de uma forma que leve em consideração as diferenças na sala de aula, e que para que esses alunos sejam inseridos em condições adequadas. Assim, toda mudança curricular e metodológica deve ser pensada não somente em relação à educação inclusiva, mas sim levando em consideração o projeto pedagógico da escola como um todo.
Esse sentimento de coletividade e de participação contribui para a valorização da diferença, e assim, nenhum aluno estaria excluído do convívio escolar como um todo e teria a possibilidade de aprender.
Deste modo, no processo de inclusão, é fundamental o papel dos professores que devem explorar da melhor forma possível as habilidades dos alunos, investindo nelas e  possibilitando meios para que eles tenham um bom desempenho, levando em consideração as diferenças mas não para restringir o processo de ensino, e sim para considerar as singularidades de cada um promovendo diálogo.
É preciso que aconteça uma reestruturação do projeto pedagógico, que o ensino esteja voltado para a turma como um todo, e que seja um ensino onde há diálogo, interação, e que o saber não seja transmitido de forma unidirecional e hierarquizada. Uma sala de aula inclusiva não se baseia numa intervenção individual, mas num planejamento de um programa que alcance todos os alunos e aonde todos possam interagir.
Como parti do projeto pedagógico da escola é importante considerar que a escola garanta ao portador de necessidades especiais metodologias que dê espaço a criatividade, utilizando da arte como recurso pedagógico. Desde já sabe-se que a educação inclusiva é cara e esse seja um dos desafios que a escola deva enfrentar.
Pois pela arte poderá dar possibilidade do indivíduo a expressar o seu conhecimento, suas realidades, as suas vivências, expõe suas habilidade e suas emoções, também a arte assumi a possibilidades de ressignificar e desenvolver possíveis habilidades humanas, tendo assistência devida de seus professores, tal como Temple encontrou no seu professor e em sua mãe.
Assim podemos notar que Temple através da sua criatividade conseguia encontra condições de desenvolver a suas habilidades, que muitas vezes era condicionada pelo própria forma de lidar com a  Síndrome. Pela arte o aluno desenvolve potencialidades tipo: percepção, observação, imaginação e sensibilidade.
Portanto, a arte torna-se um instrumento de inclusão,  tanto pelas características cognitiva que nela trás como os aspectos lúdicos.

Autor: Roberto Freire
CRP - 11/09643



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