17 de setembro de 2015

Desenvolvimento afetivo na criança

Bom dia, Arcadianos, 


Hoje temos um texto de nossa psicóloga Juliana Medeiros (CRP 11/06204) que fala sobre o desenvolvimento afetivo da criança. Muitas vezes, a sociedade prima pelo desenvolvimento intelectual, buscando um alto desempenho em provas, mas esquece da importância que um desenvolvimento afetivo sadio tem para a formação da personalidade da criança. 



Boa leitura!
A criança dos 2 aos 12 anos passa por várias modificações no que diz respeito aos seus domínios de afetividade em conformidade com o desenvolvimento de sua cognição, ou seja, os valores, os sentimentos pessoais e interpessoais e as brincadeiras. Por sua vez, até os 2 anos aproximadamente, todas as emoções e sentimentos do bebê são gerados em seu contato com sua mãe e centrados no corpo da criança e assim, na medida em que o corpo infantil se separa do corpo de outras pessoas, a vida afetiva do bebê vai se descentralizando e se transferindo para os outros. Portanto, o sentimento amor-afetividade construído primeiramente entre mãe e filho vai se generalizando aos outros, como ao seu pai, ao irmão e demais pessoas de seu convívio, havendo assim uma modificação ou acomodação aos fatos e situações passadas carregadas de emoções.


O desenvolvimento infantil emocional é regado de sentimentos e emoções que, embora estes possuam significados diferentes, caminham sempre juntos. Podemos dizer que o sentimento é o ato de sentir e a emoção é a reação instintiva ao sentir, acompanhado sempre de uma manifestação corporal (riso, mãos suadas, choro…). Ambas são importantes porque não só nos ajudam a comunicar com os outros como também nos ajudam a perceber melhor o nosso estado emocional.

Todas as emoções que sentimos são úteis, sejam negativas ou positivas, porque todas nos dão informações preciosas. Os sentimentos que a primeira vista nos parecem “ruins”, como medo ou ansiedade, não são tão negativos assim, todos os sentimentos têm uma função a desempenhar. O importante é observar seu grau de intensidade e a maneira como utilizamos a informação que eles nos dão, podendo obter o sucesso (ou não) que temos em várias situações.


Os sentimentos tornam-se negativos quando nos impedem de tomar decisões, de resolver os problemas que surgem nas nossas vidas. Contudo, podemos transformá-los em algo positivo quando passamos a nos conhecer melhor, buscando adquirir maturidade e subsídios para lidar com determinada situação.

O processo de formação e enriquecimento afetivo da criança nos faz perceber que esse processo afetivo é continuo e inovador, onde a formação de sentimentos esta diretamente ligada aos valores e evolução da sociedade, ou seja, os sentimentos interindividuais são construídos com a cooperação do outro e os intra-individuais são elaborados coma a ajuda do outro, sendo a troca intrapessoal. O grande truque aqui é ter consciência destes sentimentos, como se manifestam em nós, como nos fazem sentir e pensar, de modo a identificá-los e transformá-los de forma positiva.




Juliana Medeiros
Psicóloga
CRP: 11/06204
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