A faculdade de Medicina é um ideal a
ser realizado por muitos estudantes, o que acaba sendo frustrado ao longo da
graduação médica. Por isso, se depara com uma profissão que possui altos
índices no uso de álcool e de drogas, depressão e demais transtornos emocionais
em médicos e em acadêmicos de Medicina.
De acordo com estudos
da Organização Mundial de Saúde - OMS citados pelos autores Cais; D’Oliveira e
Stefanello (2009) os transtornos psicológicos podem ser fatores de risco,
exercendo um papel relevante para o desencadeamento do adoecimento dos sujeitos
nos mais altos níveis. Tipos de transtornos, como a depressão e o estresse em
especial, são fatores de risco promotores de uma crescente taxa de aumento de
indivíduos adoecidos, atingindo, significativamente, uma classe específica de
jovens: os estudantes de Medicina. Souza (2010) afirma que os universitários de
Medicina antes de entrarem na instituição de ensino superior, são alimentados
de idealizações, que no decorrer dos anos, vão abrindo espaço para certa
desilusão, somando-se às questões de relacionamentos com os demais estudantes,
devido à acirrada competitividade presentes por notas, estágios, monitorias e
demais atividades desempenhadas. O pouco tempo livre, o volume de estudos,
contato constante com doenças e morte, dentre outros fatores que fazem parte da
rotina, contribuem para o aumento de estresse, sendo desencadeador de problemas
psicológicos. Desse modo, devido a esse bombardeio de imposições, a população de
estudantes de Medicina em certas ocasiões, adoece mais se comparada com a
população em geral. Meleiro (1998) defende a ideia que os alunos de Medicina,
pelo fato de, normalmente, serem mais exigentes, sofrem mais pressões, impostas
diante de qualquer falha, de modo que os mesmos passam a sentirem-se culpados
pelos conhecimentos não assimilados. Estão sempre se sentindo obrigados a
provar e mostrar melhores desempenhos, o que acaba paralisando-os pelo medo de
errar. Tal fato gera sentimentos de impotência e desproteção que podem vir a
ocasionar o abandono do curso, depressão e outros transtornos.
Observando todo
o contexto o qual os estudantes de Medicina estão inseridos, nota-se a
imprescindibilidade de apoio que estes necessitam para poderem desenvolver as
atividades de forma mais saudável, com uma melhor qualidade de vida sem maiores
estressores que acabam por virem acompanhados de ansiedade, sintomas
cognitivos, depressivos e comportamentais. No entanto, as instituições, não
ensinam os alunos a lidarem com suas frustrações, incertezas, medos e
angústias, deixando-os responsáveis por encontrarem um equilíbrio e por sua
saúde. Assim, de acordo com Sampaio (2010), mesmo na faculdade de Medicina onde
se deveria ensinar saúde, pouco se vê a promoção e prevenção desta, não se
oferecendo aparato suficiente para esses estudantes lidarem com as mais
variadas exigências, sendo obrigados a assimilarem obrigações conhecimentos,
posturas, habilidades e atitudes, ainda num período que estão elaborando outras
questões. São alunos que até então estão se profissionalizando para garantir a
saúde do outro, porém para que haja sucesso no seu agir como profissionais da
saúde necessitam minimamente de um bem estar físico, social e psicológico.
Entretanto, como se pode ver os estudantes de Medicina, de modo geral, andam
bastante comprometidos em todos esses aspectos. Esses estudantes, são tão
submetidos ao estresse e competitividade que se tornam suscetíveis a
desenvolverem problemas psicológicos, manifestando doenças psicossomáticas e a
depressão (DUTRA, 2012).
Essa realidade evidencia a importância da presença de
um serviço de Psicologia nas instituições de ensino superior visando à promoção
de um projeto de saúde preventiva.
Por Ilana Fillipi Fernandes - CRP
11/09125
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